A história do Gabriel, da Maitê e de como Deus me mostrou que o amor nunca se perde.
Este é um relato de mãe. Um relato de fé, de dor e de um amor que se recusa a terminar. Ser mãe sempre foi o maior sonho da minha vida. Desde muito cedo, eu carregava dentro de mim a certeza de que meu propósito era viver o amor em sua forma mais profunda e verdadeira: a maternidade.
Em 2019, esse sonho foi abalado pelo diagnóstico de infertilidade. Eu já convivia desde os 18 anos com a síndrome dos ovários policísticos e meu ciclo menstrual sempre foi completamente irregular. Mesmo diante de tudo isso, eu nunca deixei de acreditar.
Meu coração insistia em sonhar.
Eu me preparava para iniciar um tratamento de fertilização em 2020 — mas então o mundo parou. Veio a pandemia. E, com ela, a pausa dos meus planos, dos exames e do que eu acreditava controlar.
Até que, em 2023, quando menos esperava, fui surpreendida pela vida: descobri uma gestação já com 21 semanas.
Era um menino. Meu Gabriel. 💙
Por estar tão adiantada, perdi o prazo de exames importantes. E nos primeiros que fiz surgiu uma suspeita difícil: síndrome de Edwards (trissomia 18), uma condição considerada “incompatível com a vida” por muitos médicos. Eu poderia ter buscado uma confirmação invasiva, mas escolhi seguir com fé. Decidi esperar pelo meu filho. Acreditar nele. Viver o que Deus permitisse viver.
E ele nasceu!
Prematuro. Delicado. Frágil aos olhos do mundo — perfeito aos meus. Meu pequeno guerreiro. Meu milagre. 💫
Gabriel chegou com várias malformações: no coração, nos rins, no pulmão, no cérebro. Passamos 24 dias na UTI. Vinte e quatro dias entre máquinas, orações, medo, esperança… e o mais puro amor. Cada dia ao lado dele foi um presente. Cada batida do seu coração foi uma lição de fé.
Até que ele partiu.
A dor foi imensa. Uma parte de mim se despediu com ele. Mas outra parte nasceu naquele momento — a certeza de que o amor vai muito além da vida. Gabriel foi a resposta de uma oração: um dia pedi a Deus que renovasse minha fé… e Ele enviou o Gabriel. Primeiro para me mostrar que milagres existem. Depois, para me mostrar que o amor não acaba — ele se transforma.
No final de 2024, mesmo com medo, tentei novamente. Meu sonho de ser mãe não tinha terminado. Fiz a fertilização e, no dia 30 de julho de 2025, nasceu minha menina, Maitê.
Saudável. Forte. Iluminada. Um presente do céu. 🌷
Ela não substituiu o Gabriel — porque o amor não substitui, ele multiplica. Maitê completou o que Gabriel começou: me mostrou que o amor sempre encontra um caminho. Que Deus escreve histórias que não conseguimos entender no começo, mas que fazem sentido quando olhamos com o coração.
Este não é apenas um relato de mãe com dor — é um relato de mãe com amor. Um amor que atravessa o tempo, o silêncio e a eternidade. 💗Gabriel me ensinou a ter fé. Maitê me ensinou a recomeçar. E hoje, sigo com os dois dentro de mim.
